A borboletinha era uma beleza, mas achava-se uma
beldade. Devia, pelo menos, ser tratada como a rainha das borboletas,
para que se sentisse satisfeita. Quanta vaidade, meu Deus!
Não tinha amigos, pois qualquer mariposa que se aproximasse dela era alvo de risinhos e de desprezo.
- Que está fazendo em minha presença, criatura? Não
vê que sou mais bela e elegante do que você? costuma ela dizer,
fazendo-se de muito importante.
Nem os seus familiares escapavam. Mantinha à
distância os seus próprios pais e irmãos, como se ela não houvesse
nascido naturalmente, mas tivesse sido enviada diretamente do céu.
Tratava-os com enorme frieza, como quem faz um favor, quando não há
outro remédio.
- Sim, você é formosa, borboletinha, mas não sabe
usar essa qualidade como deveria. Isso vai destruí-la! previniu-a
solenemente um sábio do bosque.
A borboletinha não deu muita importância às palavras
do sábio. Mas uma leve inquietação aninhou-se em seu coração. Respeitava
aquele sábio e temia que ele tivesse razão. Mas logo esqueceu esses
pensamentos e continuou sua atitude habitual.
Um dia, a profecia do sábio cumpriu-se. Um rapazinho
esperto surpreendeu-a sozinha voando pelo bosque. Achou-a magnífica e
com sua rede apoderou-se dela. Como é triste ver a borboletinha vaidosa
atravessada por um alfinete, fazendo parte da coleção do rapaz!
Cada um tem aquilo que merece. Não adianta pôr a
culpa de nossos erros nos outros, no destino, em Deus ou na má sorte.
Cada um é responsável pelo seu próprio sucesso ou fracasso.
Fonte: http://www.metaforas.com.br/a-borboleta-orgulhosa
Postado por Seminarista Saulo Tonini
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