Cão de guarda
Agora começa a corrida para ver quem vai suceder o Papa Bento, e tals.
Com isso vem o que chamo de ridícula necessidade sensacionalista.
Deixe-me explicar o que quero dizer: simples, o Papa teve um pontificado em meio a muitas conturbações, muitos escândalos, fiascos da Igreja, muitos dos quais reconhecidos pela mesma Igreja que logo pede perdão por seus erros.
Quando BVXI entrou em cena ele era cotado como futuro papa conservador. Não vou me manifestar sobre isso. Mas essa reação se deu por ele ter sido reconhecido, por mais de vinte anos, o cão de guarda da fé.
Usando este termo pejorativamente, pode-se pensar em um velho maquiavélico que pensa em retirar quaisquer empecilhos do caminho da instituição que defende.
Nisso, eu não vejo mal algum! Defender o seu grupo, além de ser seu dever, é questão de honra, e de respeito aos valores que deveriam reger o mundo!
Mas, realmente, o que se dá a entender em algumas das reportagens, é que Bento (Joseph Ratzinger), fazia o que fazia por interesse. Eu afirmo que ele, com certeza, fez por interesse! Afinal, não são as atitudes em defesa de um interesse que enobrecem ou não o homem, mas a relevância do interesse.
É a pertinência do interesse para a sociedade que faz o homem ser ou não aceito e respeitado.
Joseph R. fez apenas, ou melhor, o grande trabalho de defender sua Igreja, mesmo ao abdicar.
Ele mostrou que sua fibra moral, moldada bondosamente por seus pais, não se quebrou, e fez manter a visão de benefício ao próximo, não ao seu conforto.
Ele se mostrou homem o suficiente para aceitar suas debilidades que o tornavam incapaz de fazer o serviço que tem por princípio ajudar ao próximo.
O Papa tem como dever guiar o seu rebanho, para que ele não se machuque. Para que ele transgrida as dificuldades que, rompidas, o torna mais forte e sábio.
A Igreja é um corpo, que se unido, verdadeiramente, é capaz de ajudar o mundo a se mostrar humano, no que nós queremos que signifique ser humano: quase perfeito.
Miguel Ângelo dos Santos Ramos
Seminarista diocesano
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