A paroquiana de Tapera, Angelica Dahmer mandou a primeira homenagem para o padre Eduardo do Mutirão de Homenagens. Confira:
Vinte e dois de maio de dois mil e quinze,
tinha tudo para ser simplesmente uma sexta-feira. Inicia-se o dia, assim como
todos os outros, um café, depois partir para o trabalho. Depois de algum tempo
trabalhando, ouço gritos, um movimento estranho, estava perto, mas não
conseguia entender o que estava acontecendo, via muitas pessoas correndo, mas
nada me explicava até então o telefone tocar e a notícia de que você teria sido
morto, começo a tremer, apesar de estar vendo que havia algo errado
acontecendo, eu não queria, eu não acreditava, há pouco tempo atrás eu tinha
visto você chegando à casa paroquial, vieram muitas perguntas, dúvidas: Como? Por
quê? Quem? De que jeito?
Aos poucos, vendo aquele tumulto, mesmo
sem querer acreditar, fui percebendo que tudo era real, as lágrimas foram
caindo, e então chega a hora de vir pra casa quando encontro o pai, com lágrimas
escorrendo pelo rosto, na frente da casa paroquial, lugar este o qual vocês
sempre se encontravam para sair realizar algum de seus trabalhos juntos, lugar
em que vocês conversavam, lugar este no qual vocês construíram uma grande
relação de amizade.
O dia foi péssimo, a tarde voltar a
trabalhar, passar onde tudo aconteceu. A tarde não passava, em minha cabeça
passava um filme dos momentos que tivemos juntos, a missa que você rezou aqui
em casa, a qual deixou o pai muito feliz, seu sorriso, seu abraço de quando nos
esbarrava por ai, as missas que você sempre esperava a todos na porta da igreja
com um sorriso e um abraço, as vezes que você passava na frente da loja e
abanava, sempre sorrindo. Pensava como
seriam os próximos dias, nos quais não nos veríamos mais. E a noite foi a pior,
entrar na igreja para te receber de um jeito que nós não queríamos. É Eduardo,
muitas vezes você nos esperou, nos recebeu na casa do Pai com seu sorriso, mas
infelizmente amigo, nós não podemos te receber nesta casa, neste dia do mesmo
jeito que você nos recebia, pois a tristeza e a dor da perda tomava conta de
nós.
Te ver daquele jeito doeu, não foi nada
fácil, ver teus familiares sofrendo, assim como nós né, pois você sabe, você
foi além de um padre, você foi um amigo, um irmão e para o pai até um filho,
pois eu sei o quanto ele te admirava, o
quanto ele gostava de você. Quantas vezes ele deixava de fazer alguma coisa
aqui em casa ou com nós, pois tinha combinado com o Padre Eduardo de fazer
alguma coisa.
Eduardo, conhecendo teus familiares, teus
pais, irmãs, tias, tios, primos entendemos de onde vinha a tua pessoa, tua
simplicidade, tua sinceridade, teu carinho por todos sem se importar com quem
fosse, como fosse. Você resumia sua família, são todos pessoas queridas como
você, foi muito bom conhecê-los, mas não precisava ter sido do jeito que foi.
É amigo, já se passaram 30 dias que você
se foi, e olha ta difícil, às vezes parece uma mentira, não há um dia em que
você não é lembrado, a saudade está apertando, muitas lágrimas escorrem pelo
rosto, nada fácil entrar na casa do Pai e não te ver lá. E a nossa janta/almoço
que ficamos adiando, às vezes porque você tinha compromissos, às vezes nós, é,
essa você ficou nos devendo.
Eduardo, “Dudi”, hoje queremos te agradecer pela pessoa que você foi, pelas
palavras de carinho, incentivo, pelos momentos que nos fizeste rir, pelos
sorrisos que nos proporcionastes muitas vezes. E queremos te pedir desculpas se
em algum momento deixamos a desejar, pois em meio a correria do dia-a-dia,
muitas vezes passávamos e dávamos simplesmente um “oi” , pela janta que
infelizmente acabou não saindo, por acreditar que faríamos amanhã, que haveria
outro dia, é hoje mais do que nunca sabemos de que nada se deixa para amanhã,
pois este poderá não mais existir.
Dudi
você sempre me chamava de meu anjo, agora você é o meu anjo, o nosso anjo fica
bem aí tá, e cuida de nós aqui, de teus familiares, teus colegas de muita força
para todos; a gente precisa muito de você, ainda. E pra você vai ai um abraço
bem apertado de teus eternos amigos Luiz Paulo, Leonides, Angélica. Saudades
eternas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário