Pode alguém aceitar a Evolução e simultaneamente crer no Criador?
Sim, a fé está aberta aos conhecimentos e às hipóteses das ciências naturais.
A teologia não tem competência científico-natural, nem a ciência natural tem competência teológica. A ciência natural não pode excluir dogmaticamente que na Criação haja processos orientados para um fim; por seu turno, a fé não pode definir como eles se concretizam no curso do desenvolvimento da Natureza. Um Cristão pode aceitar a Teoria da Evolução como um modelo explicativo eficaz, desde que não caia no erro do evolucionismo, que vê no ser humano um produto casual de processos biológicos. A Evolução pressupõe a existência de “algo” que se desenvolva. Nada é dito sobre o “onde” deste “algo”. De igual modo, a biologia não pode responder a perguntas acerca do “ser”, da “essência”, da “dignidade”, da “missão”, do “sentido” e do “porquê” do mundo e do ser humano. Tal como o evolucionismo, num extremo, também o Criacionismo, no outro, é uma ultrapassagem de limites; os criacionistas tomam ingenuamente à letra os dados bíblicos (como a idade da Terra e os seis dias da criação).
O mundo é porventura produto do acaso?
Não. A causa do mundo é Deus, não o acaso. Ele não é um produto de fatores sem sentido, tanto no que concerne à sua origem, como no que diz respeito à sua ordem interna e ao seu fim.
Os cristãos acreditam que podem ler o manuscrito de Deus na Criação. João Paulo II, em 1985, confrontou os cientistas que falam da totalidade do mundo como um processo casual, sem sentido e sem fim: <<Perante este Universo em que estão patentes uma tão complexa organização dos seus elementos e uma tão maravilhosa orientação final na sua existência, falar de acaso seria o mesmo que abdicar de procurar a explicação do mundo tal como se nos apresenta. De fato, isto seria o mesmo que aceitar os efeitos sem causa. Tal significaria a renúncia do entendimento humano, que assim rejeitaria o pensamento e a procura de uma solução para os problemas.>>
Quem criou o mundo?
Deus é que, para lá do tempo e do espaço, tirou o mundo do nada e chamou todas as coisas à existência. Tudo quanto existe depende de Deus e tem, assim, durabilidade no Ser porque Deus quer que assim seja.
A criação do mundo é, de certa forma, uma “obra comum” da Santíssima Trindade. O Pai é o Criador, o onipotente. O Filho é o sentido e o coração do mundo: <<Por ele e para Ele tudo foi criado.>> Só sabemos para que serve o mundo quando conhecemos Cristo: com Ele compreendemos que o mundo tende para um fim: a Verdade, a Bondade e a Beleza do Senhor. O Espírito Santo mantém tudo na existência: Ele é que <<dá vida>>
Extraído do Livro: "Youcat".
Postado por Saulo Tonini
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