quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CRER, FÉ E CIÊNCIA NATURAL


Como se crê?
Quem crê procura uma ligação pessoal com Deus e está pronto a crer em tudo o que Ele revelou acerca de si mesmo.
Quando a fé nasce, ocorre com freqüência uma perturbação ou um desassossego. O ser

humano apercebe-se de que o mundo visível e o decurso normal das coisas não correspondem a tudo o que existe. Sente-se tocada por um mistério. Persegue as pistas que o remetem para a existência de Deus e encontra-se cada vez mais confiante em abordar Deus e, por fim, ligar-se a Ele livremente. Diz-se no Evangelho Segundo João: << A Deus, nunca ninguém O viu. O filho Unigênito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.>> Portanto, temos de crer em Jesus, o Filho de Deus, se queremos saber o que Deus nos quer comunicar. Assim, crer significa aderir a Jesus e entregar a nossa vida inteira nas Suas Mãos.

Existe contradição entre fé e ciência natural?
Não existem contradições insolúveis entre fé e ciência natural, porque não podem existir verdades duplas. Nenhuma verdade da fé faz concorrência com as verdades da ciência. Só existe uma verdade, à qual dizem respeito tanto a fé como a razão científica. Deus quis tanto a razão, com que podemos descobrir as estruturas racionais do mundo, como a fé. Por isso a fé cristã exige e apoia a ciência natural. A fé existe para conhecermos as coisas que, embora não possam ser abarcadas pela razão, existem todavia para além da razão e são reais. A fé lembra à ciência natural que esta não se deve colocar no lugar de Deus, mas servir a Criação. A ciência natural tem de respeitar a dignidade humana, em vez de atentar contra ela.

O que tem a minha fé a ver com a Igreja?
Ninguém pode crer só para si mesmo, como também ninguém consegue viver só para si mesmo. Recebemos a fé da Igreja e vivemo-la em comunhão com todas as pessoas com quem partilhamos a nossa fé. A fé é aquilo que uma pessoa tem de mais pessoal, mas não é um assunto privado. Quem deseja crer tem de poder dizer tanto “eu” como “nós”, pois uma fé que não possa ser partilhada e comunicada seria irracional Cada crente dá o seu consentimento ao Credo da Igreja. Dela recebeu a fé. Foi ela que, ao longo do séculos, lhe transmitiu a fé, e guardou de adulterações e a clarificou constantemente. Crer, é,  portanto, tomar parte numa convicção comum. A fé dos outros transporta-me, como também o fogo da minha fé incendeia os outros e os fortalece. O “eu” e o “nós” da fé remetem-nos para os dois símbolos da fé da Igreja, pronunciados na Liturgia: O símbolo dos Apóstolos, que começa com Credo (“eu creio”), e o grande Símbolo Niceno-Constantinapolitano, que, na sua forma original, começava com credimus (“nós cremos”).

Extraído do Livro Youcat
Postado por Saulo Tonini

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