Muito
se divertia o cônego Bento com os apuros em que se encontrou um paroquiano seu,
por causa de uma celebração de missa no interior. Nos almoços em que
participara na casa dele, sempre jurava estar servindo “vinho puro”. E assim
foi.
Certa vez, todavia, ao chegar a uma
celebração da missa da comunidade, por um descuido desses que acontece
raramente, cônego Bento se esqueceu do vinho de missa.
- Não tem problema! É só ir na casa do
“Bepi”, que ele fornece vinho puro para a missa. – recomendou o sacristão, pronto para
resolver a situação.
Enquanto alguns se dirigiam à casa
dele, o celebrante ficou esperando conversando com algumas pessoas, e assim o
tempo foi passando. Daí a pouco, alguém chamou:
-Cônego Bento, tem gente que quer falar
com o senhor em particular! – veio avisar-lhe uma paroquiana, preocupada com o
“Bepi”, que viera junto com os que firam buscar o vinho, esperando aflito num
canto.
Mais tarde, o cochicho particular, que
não era nenhum segredo de confissão, foi revelado.
- Com Deus não se brinca! O vinho já
foi batizado! – confidenciara-lhe “Bepi”, preocupado que rezassem a missa com
seu “vinho puro” adulterado.
(BARTH, Adalíbio – Histórias de Amor e Vida.
Erechim-RS, Gráfica e Editora São Cristóvão, 2011)
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