“A abstinência quaresmal vós consagrastes ó
Jesus, pelo jejum e pela prece nos conduzis da treva a luz.”
Com estas palavras é que inicia o hino na oração da tarde (Vésperas) dos dias
de semana na Liturgia das Horas durante o tempo litúrgico que a Santa Mãe
Igreja vive nestes dias: a Quaresma. Podemos ver que nos é apresentado um apelo
de conversão, cujo caminho imediato requer que voltemos nosso coração inteiramente
para Deus. Simultaneamente algumas palavras chave nos vêm à mente:
reconciliação, vigilância, penitência.
De fato, este período reveste-se em sua essência e
finalidade de uma singular riqueza de significado na vida de fé e de oração de
cada cristão, independente do local onde este se encontre. Muito além de uma
sequência cronológica de dias que, decorrem de forma natural, a Quaresma é um
período fundamental no que se refere a vivencia de nossa espiritualidade e de
nossa vida de comunhão com o Cristo Jesus.
Aparentemente tudo transcorre na normalidade no seu
decorrer, os dias são como todos os demais ao longo do ano, possuem 24 horas,
amanhece e anoitece. Entretanto, a diferença reside na forma como nós encaramos
a proposta de vida que por ela é trazida e por conseguinte como a colocamos em
prática.
Através do salmo elevamos ao Senhor o clamor de
transformação: “criai em mim um coração
que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido.” (Sl 51,12). A quaresma
é justamente uma caminhada marcada pelo desejo de reavivar, fortalecer e
impulsionar a nossa convicção na vivência dos valores evangélicos.
A exemplo de Jesus somos convidados a nos retirarmos
para o deserto da vida (Mt 4,1-11), e assim lançar
Em nossa vida quando vamos realizar qualquer festejo
ou comemoração de antemão realizamos uma preparação para tal evento. A quaresma
é, pois o momento em que vamos preparando nosso espírito para o momento central
dentro do ano litúrgico, e que por sua vez representa a essencialidade de nossa
profissão de fé: a festa da páscoa. É tempo de parar e pensar, assumir um caminho
de reflexão e entrega total nos braços amorosos do criador.
Mais do que nunca faz-se presente a necessidade de
estarmos atentos e vigilantes a palavra que o Senhor nos dirige. Façamos desta
quaresma uma oportunidade propícia para nos renovarmos e revigorarmos na fé.
Procuremos vive-la com entrega e determinação. Façamos do Cristo Jesus o centro
de nossa existência ontem, hoje e sempre, a fonte e a consumação de tudo aquilo
que somos. Seja ele a razão de nosso caminhar, “o sol de justiça” que nos
conduza a assumir uma vida de maior coerência e fidelidade para com os valores
do Reino de Deus.
Darlan
Lorenzetti
Seminarista diocesano na
Diocese de Erexim
Nenhum comentário:
Postar um comentário