quarta-feira, 24 de junho de 2015

Homenagem de Angelica Dahmer

A paroquiana de Tapera, Angelica Dahmer mandou a primeira homenagem para o padre Eduardo do Mutirão de Homenagens. Confira:

Vinte e dois de maio de dois mil e quinze, tinha tudo para ser simplesmente uma sexta-feira. Inicia-se o dia, assim como todos os outros, um café, depois partir para o trabalho. Depois de algum tempo trabalhando, ouço gritos, um movimento estranho, estava perto, mas não conseguia entender o que estava acontecendo, via muitas pessoas correndo, mas nada me explicava até então o telefone tocar e a notícia de que você teria sido morto, começo a tremer, apesar de estar vendo que havia algo errado acontecendo, eu não queria, eu não acreditava, há pouco tempo atrás eu tinha visto você chegando à casa paroquial, vieram muitas perguntas, dúvidas: Como? Por quê? Quem? De que jeito?
      Aos poucos, vendo aquele tumulto, mesmo sem querer acreditar, fui percebendo que tudo era real, as lágrimas foram caindo, e então chega a hora de vir pra casa quando encontro o pai, com lágrimas escorrendo pelo rosto, na frente da casa paroquial, lugar este o qual vocês sempre se encontravam para sair realizar algum de seus trabalhos juntos, lugar em que vocês conversavam, lugar este no qual vocês construíram uma grande relação de amizade.
      O dia foi péssimo, a tarde voltar a trabalhar, passar onde tudo aconteceu. A tarde não passava, em minha cabeça passava um filme dos momentos que tivemos juntos, a missa que você rezou aqui em casa, a qual deixou o pai muito feliz, seu sorriso, seu abraço de quando nos esbarrava por ai, as missas que você sempre esperava a todos na porta da igreja com um sorriso e um abraço, as vezes que você passava na frente da loja e abanava, sempre  sorrindo. Pensava como seriam os próximos dias, nos quais não nos veríamos mais. E a noite foi a pior, entrar na igreja para te receber de um jeito que nós não queríamos. É Eduardo, muitas vezes você nos esperou, nos recebeu na casa do Pai com seu sorriso, mas infelizmente amigo, nós não podemos te receber nesta casa, neste dia do mesmo jeito que você nos recebia, pois a tristeza e a dor da perda tomava conta de nós.
      Te ver daquele jeito doeu, não foi nada fácil, ver teus familiares sofrendo, assim como nós né, pois você sabe, você foi além de um padre, você foi um amigo, um irmão e para o pai até um filho, pois eu sei o quanto ele  te admirava, o quanto ele gostava de você. Quantas vezes ele deixava de fazer alguma coisa aqui em casa ou com nós, pois tinha combinado com o Padre Eduardo de fazer alguma coisa.
      Eduardo, conhecendo teus familiares, teus pais, irmãs, tias, tios, primos entendemos de onde vinha a tua pessoa, tua simplicidade, tua sinceridade, teu carinho por todos sem se importar com quem fosse, como fosse. Você resumia sua família, são todos pessoas queridas como você, foi muito bom conhecê-los, mas não precisava ter sido do jeito que foi.
      É amigo, já se passaram 30 dias que você se foi, e olha ta difícil, às vezes parece uma mentira, não há um dia em que você não é lembrado, a saudade está apertando, muitas lágrimas escorrem pelo rosto, nada fácil entrar na casa do Pai e não te ver lá. E a nossa janta/almoço que ficamos adiando, às vezes porque você tinha compromissos, às vezes nós, é, essa você ficou nos devendo.
      Eduardo, “Dudi”, hoje queremos te agradecer pela pessoa que você foi, pelas palavras de carinho, incentivo, pelos momentos que nos fizeste rir, pelos sorrisos que nos proporcionastes muitas vezes. E queremos te pedir desculpas se em algum momento deixamos a desejar, pois em meio a correria do dia-a-dia, muitas vezes passávamos e dávamos simplesmente um “oi” , pela janta que infelizmente acabou não saindo, por acreditar que faríamos amanhã, que haveria outro dia, é hoje mais do que nunca sabemos de que nada se deixa para amanhã, pois este poderá não mais existir.

      Dudi você sempre me chamava de meu anjo, agora você é o meu anjo, o nosso anjo fica bem aí tá, e cuida de nós aqui, de teus familiares, teus colegas de muita força para todos; a gente precisa muito de você, ainda. E pra você vai ai um abraço bem apertado de teus eternos amigos Luiz Paulo, Leonides, Angélica. Saudades eternas.

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